sexta-feira, 18 de abril de 2014

Ceará registra quase 100 vezes mais homicídios do que a Dinamarca, terra de jornalista que fugiu do Brasil

Para muitos dinamarqueses, a palavra "hygge" é essencial para descrever algo único dinamarquês. A palavra é melhor traduzida como ‘aconchego’ ou ‘convívio’ e reflete o senso de comunidade e a sensação de segurança que surge quando os dinamarqueses curtem bons momentos juntos com as pessoas das quais gostam (FOTO: SITE OFICIAL DA DINAMARCA)
Muitos julgaram o jornalista dinamarquês que desistiu de cobrir a Copa do Mundo após conhecer a violência de Fortaleza, sétima cidade mais insegura do planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Mikkel Jensen seria um “frouxo”. Teria envergonhado a classe jornalística ao não ir a fundo em suas investigações. Mas bem que o correspondente teve suas razões para fugir do Brasil o quanto antes.
No Ceará, o dinamarquês se deparou com um ambiente hostil. Seu país, o mais pacífico do mundo, registrou 47 homicídios em 2012, segundo a ONU. Com uma população de 6 milhões de pessoas, houve média de quatro assassinatos por mês. Na capital cearense, ele se assustou com uma matança. No estado houve 3.565 homicídios no mesmo ano de 2012, e 4.462 homicídios em 2013. Detalhe que a população cearense tem somente 2 milhões de habitantes a mais.
O caso de Mikkel foi exposto em primeira mão pelo Tribuna do Ceará, que publicou na última terça-feira (15) artigo do jornalista contando seu drama. O texto foi publicado sob a condição de que ele já estivesse na Dinamarca.
Copenhague, capital da Dinamarca, país mais pacífico do muno (FOTO: Divulgação)



A baixa proporção de homicídios em relação à população da Dinamarca não é um fato novo. Desde 2003, a taxa de assassinatos varia de 1,2 a 0,8 por 100 mil habitantes, a atual situação. Taxas acima de 20 homicídios passam a ser consideradas epidemia.
No Ceará, o índice é de 79,42 por 100 mil habitantes, levando-se em conta o número de 2013. Se comparado ao registro de homicídios na Dinamarca em 2012, o número de crimes deste tipo no estado é 94 vezes maior.
Além dos números impressionantes de baixa criminalidade, a Dinamarca é exemplo em outros aspectos. Copenhague, capital do país, é conhecida pela sua população que tem preferência na utilização da bicicleta como meio de transporte, diminuindo os problemas de trânsito. A capital possui 390 km de ciclovias e cerca de 40% da população vai ao trabalho de bicicleta. Já Fortaleza, com população cinco vezes maior, tem 70 km de ciclovias.
Até os políticos influentes e a maioria (63%) dos deputados vão todos os dias de bicicleta para o Parlamento, que fica situado no Palácio de Christiansborg no centro de Copenhague.
No país o crime de maior repercussão neste ano foi o assassinato de uma família de leões no zoológico da capital dinamarquesa. É o caso de rir para não chorar.


Fonte: TRIBUNA DO CEARÁ

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