Desde criança sofro preconceito na escola (quando pequena, ascrianças com imitações), na rua com olhares e perguntas muitas vezes indiscretas.
A universitária do último semestre docurso de Filosofia da Faculdade Católica Rainha do Sertão, Raquel Ferreira da Silva, 22 anos, publicou em sua rede social que recentemente foi mais uma vez vítima de preconceito por um transeunte.
Ao portal Revista Central, a estudantedisse que foi sofreu uma paralisia por falta de oxigênio no momento do parto e por isso tem uma sequela na mão esquerda.
A jovem escreveu:
Fui vítima de preconceito (o que não é novidade) só que dessa vez foi diferente, a situação aconteceu da seguinte forma: eu estava indo para casa de uma amiga e ao passar por certa rua fui abordada, e ouvi palavras ofensivas de um homem, seria apenas mais um gesto de preconceito, pois já estou acostumada, se não tivesse partido de uma pessoa também portadora de deficiência, eu não escolhi a minha, já ele causou por causa de seus problemas com álcool e outras drogas teve que amputar membros e mesmo assim não para de beber. O que me causou mais indignação não foi a atitude, mas ele não ter consciência do que ele está causando pra si ficar cada vez mais no fundo do poço, fato que me deixa profundamente triste.
A minha vida sempre foi marcada de muita luta, desde o momento do parto, minha mãe sempre muito atenciosa com suas filhas gêmeas percebeu desde cedo, que os gestos que uma fazia a outra ou não fazia ou tinha muita dificuldade. Ela me levou ao pediatra e desde os 3 meses comecei a fazer fisioterapia para tentar superar as sequelas deixadas pela falta de oxigênio no momento do parto (fato este que o médico não falou para minha mãe) que não teve forças para me trazer ao mundo, com muita dificuldade nasci 10 minutos depois da minha irmã. A minha recuperação não totalmente claro, exigiu muito esforço, usei botas, fiz natação, passava periodicamente pelo pediatra etc., apesar de tudo isso só andei aos 4 anos de idade ( muito rápido, a maioria nem anda) todo este esforço fico grata aos meus fisioterapeutas Dra. Ângela Ximenes e Danilo Souza que juntamente com meus pais me ajudaram em todas as etapas.
Desde criança sofro preconceito na escola (quando pequena, as crianças com imitações), na rua com olhares e perguntas muitas vezes indiscretas, até pessoas do meu bairro. Não sou hipócrita em dizer que muitas vezes estes fatos não me deixam tristes, pois vivermos em uma sociedade que exalta o belo e a perfeição (mulheres bonitas gostosas, corpos definidos na academia). Perfil este que não me enquadro de forma alguma, sociedade está cada vezexigente, infelizmente as pessoas valem por o que tem e não pelo ser. A mulher é valorizada pela aparência e o caráter está em ultima posição, o que me pergunto é como em pleno Século XXI ainda existam seres humanos que não tem o mínimo de respeito pelo outro?
A cada amanhecer como qualquer pessoa, luto para conquistar meus objetivos no dia após dia. Tudo isso com muito esforço, porém, tenho a impressão que deficientes tem que prova duas vezes a sua capacidade ( com suas limitações claro) de realizar qualquer atividades jã não acreditam, e isto dói.
Muitos pais tentam blindar seus filhos portadores de alguma necessidade especial, tenta poupá-lo de qualquer situação que possa lhe causar constrangimento, isto nunca aconteceu comigo. Recordo de um acontecimento que minha mãe me conta que um dia conversando com uma médica, está lhe disse que eu era uma pessoa como qualquer outra, que ela não me ocultasse nada por nenhum motivo referente a minha situação. Mamãe começou a chorar e a médica disse vai e chora na frente da tua filha, e assim ela fez, saiu e chorou na minha frente, é uma guerreira nunca me escondeu nada. Sempre conversou sobre tudo o que eu iria passar e tudo isto desde cedo nós fortaleceu. Sempre tive uma vida comum, estudei em escola, nunca fui excluída das atividades, tive amigos normalmente, tanto no Ensino Infantil, Fundamental E Médio.
Hoje no Ensino Superior, vejo que, se não fosse por todas as pessoas não teria chegado até aqui, apesar de todos os obstáculos, estou concluído o curso de Filosofia e futuramente muito em breve irei cursar Jornalismo, meu sonho desde pequena. Cada gesto de preconceito dirigido a mim, só fortalece e me faz seguir adiante para continuar vivendo e lutando para realizar todos os meus sonhos. Como professora desejo cada vez mais ensinar e como futura jornalista mostra que cada um de nós podemos ser melhores do que realmente pensamos que somos. Quero deixar minha contribuição denunciando os fatos tristes que o nosso País passa ( politica, fome, etc.) e a alegria de um povo que como eu ainda está com um sorriso no rosto.
Tenho sonhos que toda mulher quer realizar, entre eles, os principais são: ajudar a minha cidade, desejo abrir uma creche; ajudar mães que não tem onde deixar seus filhos para irem trabalhar; não sou mãe ainda, porém, sinto e só quem é mãe sabe como é triste sair de casa e ter que ir para ao trabalho e ficar longe do filho. Também sonho em abrir uma ONG para ajudar pessoas deficientes.
Quero agradecer a cada um de meus amigos que de uma forma ou de outra, me ofereceram o carinho, não posso deixar de agradecer a cada um de vocês que me ligaram. Senti amada e apoiada, vi que tenho amigos, sei que quem gosta de mim realmente enxerga primeiro o meu coração, observa o meu comportamento, posso dizer que não vou desistir de nada por causa de meia dúzia de pessoas, pois tenho Deus, foco, fé, força de vontade, não irei deixar de lado meus sonhos e só irei desistir quando realizar cada um, e quero todos que me amam ao meu lado.
Fonte: Revista Central
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