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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Agressões a duas cadelas causam revolta nas redes sociais

RIO - Um caso de agressão a duas cadelas na Barra da Tijuca, registrado por uma câmera que foi escondida num apartamento pela dona dos animais, parou na polícia e provocou revolta nas redes sociais no fim de semana. Com quase 260 mil visualizações, um vídeo mostra fêmeas da raça buldogue francês apanhando e sendo arremessadas ao chão por um homem, que era noivo da proprietária.
Dona das cadelas Gucci e Victoria, Nina Mandin descobriu o ataque no último dia 30 e, na manhã seguinte, registrou uma queixa na 16ª DP (Barra da Tijuca). O caso ganhou grande repercussão no sábado, quando Nina publicou dois vídeos numa rede social. Segundo a Polícia Civil, foi aberto um inquérito por conta dos maus-tratos.
IDAS A CLÍNICA VETERINÁRIA
De acordo com Gilberto Pinto Domingues, advogado de Nina, sua cliente decidiu esconder uma câmera no apartamento em que vivia com o noivo após as cadelas apresentarem problemas de saúde.
— Elas passaram a ter algumas complicações médicas. Precisaram ir algumas vezes a um veterinário e surgiram suspeitas de que estavam sendo atacadas, mas minha cliente não desconfiava do noivo. Instalou a câmera para tentar se tranquilizar, em busca da certeza de que não havia nada errado em casa. Porém, um dia de gravação foi o bastante para constatar as agressões — explicou o advogado, que estuda a possibilidade de acionar o responsável pelos ataques na Justiça.

Com a ampla repercussão do caso nas redes sociais, o agressor encerrou suas contas no Facebook e no Instagram após receber uma grande quantidade de mensagens, algumas delas com ameaças. A página virtual de seu bar também foi alvo de diversos protestos. O GLOBO procurou ontem o autor das agressões e representantes do estabelecimento do qual é sócio, mas ninguém foi localizado.
ALVO ERRADO DE RECLAMAÇÕES
A revolta das pessoas que assistiram ao vídeo acabou provocando reações inesperadas. Um outro bar, localizado na Taquara, em Jacarepaguá, foi confundido com o estabelecimento do agressor e publicou um comunicado, esclarecendo que o homem que aparece nos vídeos não é um de seus proprietários. “Gostaríamos de informar ao público que repudiamos qualquer ato de violência e maus-tratos com animais”, diz um trecho da nota.
Apresentadora de TV e ativista dos direitos dos animais, Luiza Mell compartilhou as imagens gravados no apartamento de Nina e cobrou uma punição ao responsável pelos ataques.
‘‘Queremos que ele seja punido com rigor. (...) Não vamos deixar que fique impune por este crime que cometeu. Peço às autoridades e aos protetores de animais do Rio de Janeiro que nos ajudem neste caso’’, escreveu Luiza em seu perfil no Facebook.


O presidente da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB-RJ), Reynaldo Velloso, afirma que vai propor que o Ministério Público entre também com uma ação de dano moral coletivo contra o agressor.
— A sociedade é o sujeito passivo desse crime. Sentiu-se agredida, como revelam as redes sociais — analisa o advogado, que admite a dificuldade do pleito — Ações assim já aconteceram em duas oportunidades, uma delas em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Mas os juízes ainda não entendem assim [a questão]. Contudo, a interpretação muda conforme a sociedade evolui.
Em novembro de 2012, cenas semelhantes, registradas na pet shop Quatro Patas um mês antes, no Engenho de Dentro, tiveram repercussão internacional. Na época, Daniel Henriques, responsável pelos maus-tratos, e sua mãe, Solange Barroso, dona da loja, foram denunciados pelo Ministério Público estadual.