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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Anúncio de nova equipe repercute positivamente no mercado financeiro

O anúncio, na quinta-feira (27), da nova equipe econômica do governo teve uma repercussão muito positiva entre analistas e representantes do mercado financeiro. Eles elogiaram, principalmente, a promessa de empenho para ajustar as contas públicas. 
Já a oposição viu, no anúncio, uma contradição do governo Dilma. O argumento é que as medidas prometidas pela equipe nova são, basicamente, as mesmas que os candidatos adversários da presidente defenderam na campanha eleitoral.
Ministro indicado para a Fazenda, Joaquim Levy, ficou conhecido pela rigidez nos cortes de gastos quando atuou no setor público. Ele foi economista-chefe do Ministério do Planejamento no governo do presidente Fernando Henrique.
No governo do presidente Lula, secretário do Tesouro Nacional. Joaquim Levy fez doutorado nos Estados Unidos, na Universidade de Chicago, de linha de pensamento econômico mais ortodoxa. E antes de se juntar ao governo Dilma, chefiava a área de investimentos do Bradesco.
Nelson Barbosa também é conhecido no mercado pelo rigor com a aplicação eficiente dos recursos públicos. Sem malabarismos para fechar as contas.
A imprensa internacional elogiou a escolha da presidente Dilma Rousseff. A agência de notícias Reuters, destacou que a nova equipe vem para "reconstruir a confiança dos investidores depois de anos de crescimento fraco e políticas econômicas irregulares". O jornal londrino Financial Times disse que "investidores do mercado de capitais, até então hostis à presidente, saudaram a nomeação de Levy".
O economista Mansueto Almeida explica por que a escolha de uma equipe que promete austeridade foi bem recebida.
“Se o setor público economiza mais ele vai poder pagar mais a sua dívida, pagar menos juros, o que vai possibilitar redução de taxa de juros e um maior crescimento da economia, mais arrecadação para o governo, mais espaço para gastar com o social no futuro”, afirma Mansueto Almeida.
Até agora, a nova equipe econômica enfrentou críticas abertas dentro do PT e de movimentos sociais. Militantes chegaram a fazer um manifesto criticando os escolhidos. Cobraram coerência com o discurso da campanha eleitoral. Disseram que os indicados são uma solução conservadora. Dilma Rousseff sustentou durante a campanha que votar em Marina Silva e Aécio Neves era seguir uma cartilha econômica que levaria a cortes.
A fórmula apresentada pela nova equipe econômica para que o país volte a crescer se aproxima muito do modelo proposto pelos adversários da presidente durante a campanha eleitoral. O compromisso assumido por Joaquim Levy e Nelson Barbosa é cortar os gastos ao máximo, fazer um rigoroso ajuste fiscal, aumentar a poupança do país e rever a política industrial.
O senador Aécio Neves, que disputou a presidência pelo PSDB, diz que Dilma Rousseff faz exatamente o contrário do que pregou na campanha.
“Na verdade, o que eu vejo é uma grande contradição entre o discurso anunciado pela equipe econômica e a ação do seu próprio governo, porque no momento em que a equipe anuncia uma política fiscal mais transparente, a necessidade de ajustes, aqueles mesmos que ela negava durante a campanha eleitoral, o seu governo patrocina no Congresso Nacional uma enorme violência a lei de responsabilidade fiscal. A presidente Dilma deveria estar envergonhada de ter que se encontrar com a candidata Dilma nos corredores do Palácio do Planalto”, defende Aécio Neves.
A ex-senadora Marina Silva, que disputou a presidência pelo PSB, elogia os nomes e pede autonomia para a equipe trabalhar.
“A equipe que foi escolhida pela presidente indica que ela fez um recuo em relação a medidas que ela tanto criticou durante a campanha. O problema é que não bastam apenas novos nomes, é fundamental que se saiba se eles terão autonomia, sair do mundo colorido, do marketing eleitoral para ganhar a eleição, e enfrentar os problemas no mundo real, da inflação em descontrole, dos juros elevados e o risco de que o nosso país não recupere credibilidade para voltar a investir e crescer de forma sustentável”, diz Marina Silva.
A senadora Gleisi Hoffmann, que foi ministra-chefe da Casa Civil no governo Dilma, disse que Joaquim Levy e Nelson Barbosa são economistas competentes e não há nenhuma contradição nas escolhas feitas pela presidente.
“A presidenta nunca abriu mão de fazer ajustes. A presidenta sabe que a política de equilíbrio fiscal é fundamental para o desenvolvimento econômico e para políticas sociais. O que a presidenta é contra é uma política de arrocho, que compromete salário e renda. Isso ela deixou claro durante a campanha”, afirma Gleisi Hoffmann.