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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Amiga fala sobre últimos momentos de ex-Legião morto: 'Estava limpo'

Amiga do Ex-Legião conseguiu liberar o corpo no IML de Guarujá, SP (Foto: Mariane Rossi/G1)
A jornalista Silvana Melky, última pessoa a ver Renato Rocha, ex-baixista da Legião Urbana, com vida, foi até o Instituto Médico Legal (IML) de Guarujá, no litoral de São Paulo, no início da tarde desta segunda-feira (23), para liberar o corpo. Silvana obteve uma autorização da irmã de Renato, que mora em Minas Gerais, e conseguiu providenciar a liberação. Renato sofreu uma parada cardíaca e foi encontrado morto, na manhã deste domingo (22), em um hotel da cidade. O velório do ex-músico, assim como o enterro, será realizado em São Paulo.

Silvana diz que conhecia Renato há três anos e estava o ajudando a retomar sua vida pessoal e sua carreira. De acordo com ela, o ex-Legião estava no fim de um tratamento em um clinica de reabilitação em Cotia, na Grande São Paulo. Segundo apurado pelo G1, Renato estava em uma fase de ressocialização. Por isso, ele podia deixar a clínica para fazer alguns passeios que não o deixassem em contato com álcool ou drogas ou que colocassem em risco a integridade física dele. Na última semana, ele demonstrou vontade de viajar até Guarujá e foi acompanhado por SIlvana.
Renato Rocha ao lada da Legião Urbana, durante o álbum 'Que país é esse' (Foto: Divulgação/Legião Urbana)Silvana conversou com o G1 e contou que passou os últimos momentos com Renato. Segundo ela, o ex-músico estava muito bem na noite anterior a sua morte. “Ele jantou e falou que queria dormir cedo. O Renato queria ir para a praia fazer uma caminhada no dia seguinte. Ele jantou uma comida super leve, porque ele estava mudando a alimentação. Tomou uma água, um suco e foi dormir”, conta ela.
A amiga tinha combinado com Renato de se encontrar, no dia seguinte, por volta das 7h para tomar café da manhã no hotel e, em seguida, ir até a praia. Ela diz que ele não apareceu no horário combinado. “Liguei no quarto, desci, e descobri que ele não tinha tomado café. Eu pedi uma chave reserva e encontrei a porta travada. Em seguida, chamei o SAMU e a polícia para ver o que tinha acontecido. Nessa hora descobrimos que ele estava morto”, diz.
Silvana afirma que a morte de Renato foi uma fatalidade e que o amigo não tinha consumido nenhum tipo de bebida alcoólica ou drogas. “Ele estava muito bem. Estava pensando em retomar a carreira, em formar uma banda. O Renato estava totalmente limpo, nada de droga, nada de bebida. Foi feita toda uma vistoria, inclusive a meu pedido também. Foi um infarto, uma fatalidade. Era uma fase em que ele estava de regime, se cuidando, livre de qualquer coisa, com uma alimentação balanceada. Poderia ter acontecido com qualquer um de nós”, afirmou.
Ainda segundo Silvana, a família dele está muito abalada e triste com a morte do músico. “O pai dele é um senhor que tem quase 90 anos. É muito difícil para o pai sair de Brasilia e chegar aqui. O pai dele está bastante chateado. Ele tem irmãos em Uberlândia também”, disse. Além de voltar aos palcos, um dos sonhos de Renato era conhecer a neta, que nasceu há poucos meses no Rio de Janeiro. Segundo ela, essa seria a próxima viagem dele.
O corpo do músico foi liberado durante a tarde desta segunda-feira. O velório e o enterro de Renato Rocha irão acontecer em São Paulo, mas ainda não há um local e horário definido.
Morte
Segundo a polícia, Renato estava hospedado no hotel desde o dia 19 de fevereiro. A amiga de Renato sentiu a falta dele no café da manhã e foi procurar saber onde ele estava. Silvana não estava no mesmo quarto do músico na hora da morte. A polícia precisou usar uma escada para conseguir chegar na janela do quarto e encontrar o corpo do músico caído atrás da porta. Nenhum tipo de marca de violência no corpo ou sinais de uso de drogas foi encontrado. Silvana disse à polícia que Renato Rocha tomava os remédios pamergan, carbamazepina e captopril, utilizados para depressão e pressão alta que, dependendo da dose utilizada, podem ocasionar uma parada respiratória por intoxicação.
Renato Rocha estava hospedado desde o último dia 19 de fevereiro em Guarujá (Foto: Daniella Fiscarelli / G1)Renato Rocha estava hospedado desde 19 de fevereiro em Guarujá (Foto: Daniella Fiscarelli/G1)
Participação no grupo
Também conhecido como Billy ou Negrete, o baixista gravou os três primeiros discos da banda de Brasília: "Legião Urbana" (1984), "Dois" (1986) e "Que país é este?" (1987).
Dos dois últimos álbuns, Rocha também foi compositor e ajudou a compor faixas ao lado dos antigos membros. De "Dois", ele participou da composição de "Daniel na Cova dos Leões", "Quase sem querer", "Acrilic on Canvas", "Plantas embaixo do aquário" e "Andrea Doria".
Segundo o site oficial da banda, o disco vendeu mais de 250 mil cópias na época do lançamento, o que representava então um disco de platina. Já do sucesso "Que país é este?", Negrete ajudou na composição das músicas "Angra dos Reis" e "Mais do mesmo".
Rocha saiu da Legião Urbana em 1989, pouco antes da gravação de "As quatro estações", que vendeu 730 mil cópias apenas no seu ano de lançamento e se tornaria outro sucesso da banda de Brasília, com faixas como "Há tempos" e "Pais e filhos". A partir dali, Renato Russo assumiria o contrabaixo.