Mostrando postagens com marcador Lula na Carta Capital: o voto em Dilma é a conquista da consciência da cidadania. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Lula na Carta Capital: o voto em Dilma é a conquista da consciência da cidadania. Mostrar todas as postagens

domingo, 12 de outubro de 2014

Lula na Carta Capital: o voto em Dilma é a conquista da consciência da cidadania

Em entrevista que ocupa seis páginas da edição de Carta Capital, o ex-presidente Lula foi preciso em entrevista a Mino Carta sobre o segundo turno das eleições presidenciais: “A vitória do Aécio é a volta daquilo que não deu certo, é a volta de um mundo que não deu certo.”
O ex-presidente faz questão, no entanto, de dizer que não há nada pessoal contra o candidato tucano: “Sou amigo do Aécio, e sou adversário político e ideológico.”
O entrevistador Mino Carta corrobora a visão de Lula, ao afirmar em seu texto que esta eleição “coloca frente a frente dois projetos de Brasil, duas visões profundamente opostas de vida, de mundo, de política, de fé.” E aproveita para criticar a declaração de Armínio Fraga durante o debate com Guido Mantega mediado por Míriam Leitão na Globonews, quando o ex-presidente do Banco Central disse que "a crise econômica mundial acabou há cinco anos". Mino Carta sugere: "gostaríamos de saber o que pensam disso Angela Merkel ou Barack Obama".
O ex-presidente não poupou críticas a Fernando Henrique Cardoso, que disse que quem vota em Dilma é desinformado: “FHC mostra o que uma parte da elite brasileira e, sobretudo, parte da elite paulista, incluindo a política, pensa do povo trabalhador deste país. Eles não têm preconceito contra o nordestino rico, contra o negro rico, é contra os pobres, contra quem trabalha.” O ex-presidente lembra que, ao dizer que Dilma teve voto onde as pessoas são desinformadas, “FHC revela não ter noção da evolução política da classe mais pobre da sociedade.”
Lula interpreta o voto em Dilma de forma bem diferente. Para ele, é a conquista da consciência da cidadania. “Os brasileiros estão pensando mais. FHC ficou com a imagem do Brasil que ele governou: davam voto de cabresto, viviam à procura da frente de trabalho e de uma política assistencialista."
O ex-presidente lembrou ainda alguns dos impactos positivos dos avanços sociais de seu governo para a economia nacional, tais como as 60 milhões de contas bancárias abertas: “É como colocar uma Colômbia e meia no sistema financeiro brasileiro. As pessoas passaram a entrar no banco para negociar crédito, não apenas pra pagar conta de luz". O ex-presidente também falou do programa Luz Para Todos não apenas levou luz a 15 milhões de brasileiros; resultou na venda de quase 4 milhões de mercadorias.
Para Lula, o modelo econômico preconizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) é um modelo falido, uma vez que não foi capaz de socorrer as nações desenvolvidas que mergulharam em crise a partir de 2008: “o FMI só sabe dar palpite quando a crise é no Brasil ou na Bolívia. Quando a crise é nos EUA eles desaparecem. Na Europa desapareceram – tanto que nós tivemos que emprestar dinheiro para eles."
Ele também destacou as diferenças das consequências econômicas de 12 anos de investimentos em infraestrutura versus manobras econômicas para estabilização de indicadores: “Um país que tem a quantidade de investimento em obra de infraestrutura para ser feita, muitas já contratadas, um país que tem a perspectiva de destinar 75% dos royalties do pré-sal para a educação é um país que está dizendo que o futuro já chegou. Não é jogando nas costas do povo um ajuste fiscal, cortando salários, dispensando funcionários [que se resolvem os problemas]. Os que querem voltar dizem que pra controlar a inflação tem que ter um pouco de desemprego. Pouco se importam com quem vai ficar desempregado. É o contrário do que a gente pensa.”
Lula conclui sugerindo que se passe a ver as relações econômicas de uma forma diferente do que foi feito até hoje: “O mercado vai ganhar na medida em que a indústria ganhe, que os trabalhadores ganhem e a agricultura ganhe. É assim que a gente vai fazer um país feliz.”