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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Polícia apreende videogame, doces e armas em templo de ex-padre no RS

Após realizar a prisão do ex-padre João Marcos Porto Maciel, 74 anos, a Polícia Civil apreendeu um videogame, computadores, doces, dinheiro e duas armas no templo que ele fundou emCaçapava do Sul, na Região Central do Rio Grande do Sul. A operação ocorreu no local no início da manhã. Dom Marcos, como é chamado, foi levado para delegacia do município e negou os crimes, como mostra a reportagem do Jornal do Almoço,
Dois adolescentes disseram para a policia terem sofrido abusos sexuais. Os crimes teriam ocorrido no monastério durante as aulas de Dom Marcos. Além destes casos, mais quatro adultos disseram que foram vítimas do religioso nas décadas de 1960 e 1970.
Ex-padre foi preso nesta terça-feira (9) em Caçapava do Sul (Foto: Reprodução/RBS TV)Um dos homens contou à policia que foi abusado quando tinha sete anos, em 1961. Dom Marcos foi expulso da Igreja católica em 2009. Ele ingressou na Igreja Anglicana, de onde também foi afastado em 2011. Segundo o delegado que cuida do caso, os crimes eram cometidos contra meninos que participavam do coral criado pelo religioso.
“Relatam que os fatos aconteciam à noite, que ele chamava as pessoas para o seu quarto, ou ia até o quarto dessas pessoas após o banho. E que aí, então, começava com pequenas carícias, beijos no rosto, beijos na boca. Carícias pelo corpo, pelos órgãos genitais”, explica o delegado Fabrício Sanris Conceição.
As investigações recomeçaram em julho, depois de que a RBS TV mostrou depoimentos de dois homens que dizem terem sido abusados pelo ex-padre.
O caso
O nome e os supostos abusos de Maciel foram revelados pelo empresário Marcelo Ribeiro. Ele participou do coral de Dom Marcos na década de 80 e afirma que foi abusado sexualmente pelo religioso. "Quando eu tinha 11 para 12 anos em uma viagem, eu acordei com ele na minha cama. A partir daí os assédios começaram com beijos, com coisas, só que eu já era uma criança dominada por ele, eu já tinha uma obediência absoluta, isso facilitou o abuso sexual, que aconteceu dos 12 para 13 anos", disse o empresário.
Em entrevista à reportagem da RBS TV, Dom Marcos negou ter cometido os abusos (veja o vídeo acima). "Ele não sabe o que dizer para impressionar as pessoas que o escutam. Sei que ele escreveu um livro que não li nem me interesso em ler. Diz tudo quanto é coisa que lhe vem a cabeça, e o papel aceita tudo o que se escreve. Ele pagando, já que certamente pagou pela impressão, pode dizer o que quer e pronto", afirmou o religioso.
O advogado e músico gaúcho, Alexandre Diel, também afirma ter sido vítima do religioso na adolescência. "O primeiro abuso foi acontecer mais ou menos dois anos depois que eu já estava no coral, ele estava com um balde de roupa suja, e chamou para levar as roupas para lavar, desci e ele fechou a porta, baixou minhas calças. Essas ações se repetiram durante quase três anos", disse Diel.
Dom Marcos negou novamente. "Pois é. É engraçado, [porque] eu nunca fui lavar roupas. Naquela época eu tinha minha mãe que fazia todo esse trabalho. Ela ia à lavanderia, eu raramente entrava lá", afirma o investigado, acrescentando que mais de oito mil adolescentes já passaram pelo coral e tiveram aulas de música.