Mostrando postagens com marcador Mulher de Mogi foi decapitada após perder ônibus. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mulher de Mogi foi decapitada após perder ônibus. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Mulher de Mogi foi decapitada após perder ônibus, diz motorista

Maria Aparecida do Nascimento, vítima de César de Souza (Foto: Adilson Diego Ramos/ arquivo pessoal) motoristOa de ônibus Maurício Correa da Cunha, de 33 anos, disse ao G1 que acredita que uma das vítimas decapitadas em Mogi das Cruzes teria escapado da morte se não tivesse perdido o coletivo dirigido por ele. Cunha contou ter passado por um ponto da Avenida Francisco Rodrigues Filho, na Vila Suíssa, por volta de 6h40 de quarta-feira. Assim que saiu da parada, ele disse ter visto, pelo retrovisor, a secretária Maria Aparecida do Nascimento chegando ao ponto. "Ela estava de cabeça baixa, caminhando perto do ponto. Quando atrasava, tinha duas opções de ônibus para pegar em seguida. Pena que não deu tempo. Se ela não tivesse atrasado, talvez não estivesse morta hoje”, disse o motorista em entrevista ao .
A secretária Maria Aparecida, de 46 anos, foi uma das vítimas decapitadas em Mogi das Cruzes. Segundo a polícia, Jonathan Lopes de Santana, de 23 anos, confessou seis homicídios. Cinco pessoas foram decapitadas em Mogi e Poá. Em um dos casos não houve decapitação. A vítima foi esfaqueada. De acordo com o delegado seccional Marcos Batalha, ele atacava com golpes de machadinha na cabeça e depois decapitava as vítimas. Em depoimento, segundo a polícia, Jonathan disse que alvo eram usuários de crack e moradores de rua.
“Ela embarcava no ônibus todo dia no mesmo ponto, mesmo horário. Não conversávamos muito. Era sempre um bom dia, apenas", detalhou o motorista.
Outro motorista, que passou pelo local em seguida, desceu do coletivo ao ver o corpo próximo ao ponto de ônibus. “No Terminal o que nos disseram é que ele reconheceu o uniforme que ela usava, e como estava próximo do ponto de ônibus, desceu para confirmar”, diss
Quando fazia nova viagem do itinerário, Maurício Cunha reconheceu a vítima. “Vi o uniforme dela, a bolsa, tudo no chão. Depois, Quando vi o suspeito sendo preso, também reconheci. O Jonathan Santana também viajava comigo no ônibus direto. Foi um choque”, detalhou.
Segundo o chefe da vítima, Josmar Cassola, o motorista pegou o crachá da vítima e levou até a empresa, no Botujuru. “Eu havia passado pelo local e visto um corpo decapitado, mas nunca iria imaginar que era da minha secretária. Um funcionário me ligou ainda pela manhã avisando que era ela e que o crachá dela tinha sido levado até a empresa pelo motorista”, detalhou.
Prisão
A Polícia Militar prendeu o ajudante-geral após encontrar três pessoas decapitadas em Mogi das Cruzes na manhã desta quarta.
De acordo com as investigações, o primeiro crime que o ajudante geral confessou foi no sábado (29). A vítima foi uma mulher na "Favela do Gica", no distrito de Brás Cubas.
Na segunda-feira (1º), dois moradores de rua foram atacados quando dormiam sob a marquise de um supermercado na Avenida Francisco Rodrigues Filho, no bairro do Mogilar. Um deles morreu e o outro foi levado em estado grave ao Hospital Luzia de Pinho Melo, onde continua internado. Neste caso, a vítima não foi decapitada, mas esfaqueada e queimada.
Na noite de terça-feira, a vítima foi uma mulher em Poá, que segundo a polícia era usuária de crack. Já nesta quarta foram três mortes em Mogi das Cruzes: duas mulheres que seguiam para o trabalho e um morador de rua.
No começo da noite, o delegado seccional Marcos Batalha relatou um novo caso: um morador de rua procurou a polícia dizendo ter sido atacado no domingo (30) em frente ao Hospital Luzia de Pinho Melo. Ele contou ter sido agredido com uma machadinha. Ferido, procurou o hospital. Nesta quarta, a vítima teve alta, disse ter reconhecido Jonathan em reportagens e procurou a polícia.
Além disso, o ajudante geral é suspeito de ter tentando matar uma criança de 3 anos.
De acordo com a polícia, o suspeito não tinha problemas com a Justiça e conflitos familiares. "Pelo menos pelas pesquisas que nós fizemos ele tem uma única passagem criminal por desacato, um crime sem gravidade. Geralmente as pessoas que praticam crimes tão bárbaros, crimes sequenciais, ou seja, diversas mortes, tem histórico de conflito, e acabam  levando para esse lado, da violência. Esse sujeito, não tem nada. Nunca passou por dificuldade, não tinha problemas. Nada que justificasse os crimes”, detalhou.
 Câmeras
Imagens de duas câmeras de monitoramento mostram o ataque a uma das vítimas mortas nesta quarta (assista ao lado). Trata-se de um morador de rua. Pedestres e motoristas não reagem diante do crime, ocorrido em uma das ruas mais movimentadas de Mogi das Cruzes, por volta das 6h30.
Ainda de acordo com as informações passadas pelo delegado, o homem tem sinais no corpo relacionados aos crimes. "Logo que ele foi preso, em sua residência, ele apresentava dois sinais feitos por ele próprio no corpo: o desenho de um machado no braço, próximo ao ombro, e um na perna feito com uso de uma agulha, com o número 36". Segundo Batalha, o homem disse que tinha o compromisso de matar 36 pessoas. "Ele disse que tirou as ideias de vídeos de decapitações do Talibã", acrescentou.
O delegado afirmou que Jonathan estava consciente em todos os crimes. "Ele disse que se não tivesse sido preso continuaria matando. Ele achou que todas as vítimas eram moradores de rua e disse que eles não pagam impostos, vivem às custas dos outros e que não acha isso certo."
Segundo vizinhos, a família do suspeito deixou a casa onde vive, no bairro Botujuru, em Mogi, por medo de represálias.