domingo, 30 de novembro de 2014

Governos tucanos enriquecem os industriais da seca

SantoO governo do PSDB em São Paulo está devendo uma explicação aos paulistas. O estado mais rico do Brasil, infelizmente, está passando por uma crise sem precedentes no abastecimento de água. Segundo pesquisa do Datafolha, 60% dos moradores da capital paulista dizem ter ficado sem água em casa em algum momento nos últimos 30 dias. Mas os tucanos precisam explicar por que só agora passaram a admitir o problema, mesmo sendo alertados pelos técnicos da área há praticamente um ano.
A situação é “gravíssima”, como finalmente reconheceu Dilma Pena, presidenta da Sabesp, a estatal do governo paulista responsável pelo abastecimento da Capital. Sua declaração, dada uma semana depois da vitória do tucano Geraldo Alckmin no primeiro turno, mostra o quanto o PSDB foi irresponsável com a população, ao subordinar um tema tão vital aos interesses eleitorais dos tucanos.
Pior ainda: no mesmo depoimento à CPI da Sabesp, na Câmara Municipal, Dilma Pena disse que estaria proibida pelo TRE de fazer a publicidade que julgava correta para alertar a população. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Justiça Eleitoral nega esse veto. Mas certamente nada a teria impedido — a não ser a conveniência eleitoral — de ter sido transparente e falar tudo o que desejava numa entrevista ou comunicado da Sabesp, por exemplo.
Se na economia, os tucanos gostam de plantar inflação para colher juros altos, no caso da crise da água está evidente que plantaram desinvestimento e agora estão obrigando a população a colher racionamento. Em Cristais Paulista, por exemplo, 1.600 crianças estão sem aulas, suspensas por causa da falta de água nas escolas.
Se os governos do PSDB tivessem feito as obras planejadas para aumentar a reservação no Estado e diminuir a dependência da Capital do Sistema Cantareira, o quadro seria outro.
O primeiro passo agora para atenuar o problema é o governo estadual em São Paulo abandonar a postura arrogante. Durante a eleição, o governador Geraldo Alckmin chegou a dizer que não faria racionamento porque as chuvas sempre vem nos meses que têm a letra “r”. O povo paulista acreditou nele quando a chuva não veio em maio, junho, julho ou agosto. Mas qual é a explicação do governador, agora que setembro passou e outubro está quase no fim e a chuva ainda não chegou?
Reconhecer a gravidade do problema e ter humildade para aceitar a ajuda do governo federal é o que a população de São Paulo espera dos tucanos. A presidenta Dilma anunciou que está autorizando um empréstimo de R$ 1,8 bilhão da Caixa Econômica Federal, a juros subsidiados, para o consórcio responsável pelas obras do Sistema São Lourenço, que vai reforçar o abastecimento de São Paulo. É mais uma ação de Dilma, responsável pelo maior pacote de investimentos e obras da história de São Paulo.
Além disso, Dilma colocou seu governo inteiramente a disposição para qualquer ajuda que alivie o sofrimento dos paulistas em relação a crise da água, mas a Constituição determina que esse auxílio precisa ser pedido pelo governador.
Infelizmente, pelo que se viu na CPI da Sabesp, os tucanos preferem a chacota à seriedade no enfrentamento da questão. Uma gravação feita durante uma das sessões da CPI captou diálogo entre a presidenta da Sabesp, Dilma Pena, e o vereador do PSDB Andrea Matarazzo. Eles classificaram os trabalhos da CPI como “teatrinho”. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, “Matarazzo tentava tranquilizá-la e afirmou que a comissão ‘não tem a menor consequência (efeito)’”. Ao que a presidente da Sabesp respondeu: ‘teatrinho’. O tucano, então, concordou dizendo: ‘totalmente’”. Um diálogo que parece servir como epílogo da encenação eleitoral com que os tucanos trataram a crise da água.
Na origem do problema está o equivocado modelo de gestão do PSDB. E não a seca, como os tucanos tentam justificar para a população. No lugar de usar uma parte do lucro das empresas estatais para fazer as obras que teriam evitado o atual sofrimento da população, os governos tucanos optaram por pagar os maiores dividendos aos acionistas das empresas estatais, incluindo especuladores da Bolsa de Nova York. Foi pensando e agindo assim que os tucanos levaram o Brasil ao racionamento de energia, em 2000. Agora, infelizmente, o mesmo quadro se repete em São Paulo, onde a insensibilidade do PSDB provocou algo impensável até pouco tempo atrás: o paulista já está vivendo sem a garantia de ter água em casa para as atividades mais simples, como tomar banho ou lavar louça.

FHC doou a Refaf à Repsol. Entregou um patrimônio de 3 bilhões de dólares e recebeu apenas 750 milhões

PASSADOS 14 ANOS, O PROCESSO SEGUE PARADO NO STJ 
JORNALISTA PAULO FRANCIS DENUNCIOU O ROUBO E FOI PROCESSADO
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A Refinaria Alberto Pasqualini foi fundada em 1968, como a unidade de negócios da Petrobras no Rio Grande do Sul. Hoje, é uma sociedade anônima, pra lá de acionistas anônimos,  todos com os nomes encobertos. Mas, pelos milagres das privatizações de Fernando Henrique constitui uma empresa do sistema Petrobras.
A Refap atende o Sul do Brasil, se dedicando também à exportação para países da América Latina. Produtos como óleo diesel, gasolina, nafta petroquímica, querosene de aviação, coque e GLP.
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Os escândalos da gestão tucana seguem incólumes
A Federação Únicas dos Petroleiros e seus sindicatos denunciaram e entraram com ações para barrar a entrega de 30% dos ativos da Refap à petrolífera espanhola, comandada por FHC. Na negociata, a Petrobrás entregou um patrimônio de US$ 3 bilhões e recebeu em troca bens avaliados em apenas US$ 750 milhões. Passados 14 anos, o processo segue parado no STJ.
Outra negociata foi a Gasbol, o Gasoduto Brasil-Bolívia, uma via de transporte de gás natural entre a Bolívia e o Brasil com 3.150 quilômetros de extensão, sendo 2.593 em território brasileiro (trecho administrado pela TBG) e 557 em território boliviano (trecho administrado pela GTB).
Começou a ser construído em 1997, por FHC, via um pool de empresas operando na exploração, produção e transporte do gás boliviano: Petrobras (Brasil), Repsol YPF (Argentina e Espanha), Canadian Energy (Canadá), TotalFina Elf (França), British Gas e British Petroleum (Reino Unido), Dong Wong (Coréia) e El Paso Energy (Texas). Quando Evo Morales assumiu a presidência, a primeira decisão foi nacionalizar o gasoduto no território boliviano. Eis uma das motivações para tanto ódio destilado contra o bolivarianismo do presidente índio: defender seu país das investidas dos piratas estrangeiros.
“Há décadas sangram a Petrobras e o Brasil”
A direção colegiada da FUP reuniu-se nesta sexta-feira, 21, com a presidenta da Petrobrás Maria das Graças Foster, e os diretores José Formigli e José Eduardo Dutra para discutir as providências que estão sendo tomadas em relação às denúncias de corrupção. A Federação cobrou acesso às investigações realizadas até agora pela empresa e participação nas comissões internas de apuração, deixando claro que Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento), Pedro José Barusco Filho (ex-gerente executivo de Serviços e Engenharia), entre outros gestores investigados por participação em esquemas de corrupção, de forma alguma representam os trabalhadores da Petrobrás. Pelo contrário: envergonham a categoria!
A FUP exigiu “punição exemplar” para todos os gestores envolvidos em malfeitos, ressaltando que, dificilmente, eles agiram sozinhos. O coordenador José Maria Rangel reiterou o posicionamento da entidade, expresso em notas públicas e no documento enviado à Presidência da empresa no último dia 06, de que a “atual política de contratação da Petrobrás e a desregulada terceirização em curso , além de ameaçarem a vida dos trabalhadores, contribuem para a prática da corrupção”.
A Federação cobrou que a Petrobrás faça uma defesa pública dos trabalhadores da empresa deixando claro para a sociedade que a categoria jamais foi conivente com a corrupção. “A Petrobrás tem que resgatar a auto-estima dos petroleiros, que sempre se orgulharam de trabalhar na maior e mais estratégica empresa do país. Para isso, é preciso que haja uma atuação exemplar no combate à corrupção. Essa é uma oportunidade única de passarmos a limpo a nossa história e nos livramos dos corruptos e corruptores que há décadas sangram a nossa empresa e o país”, ressaltou José Maria.
A FUP também cobrou mecanismos eficientes de controle de gestão, primeirização de todas as atividades-fim, transparência nos instrumentos de contratação, nova estratégia de comunicação com revisão da aplicação das verbas publicitárias, entre outras propostas apresentadas, que serão formalizadas em um documento para Graça Foster.
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Investigar tudo e todos
No parecer em que pede à Justiça Federal do Paraná o bloqueio dos bens das empreiteiras envolvidas nas denúncias de corrupção na Petrobrás, o Ministério Público Federal afirmou que “o esquema criminoso atuava há pelo menos 15 anos”. No entanto, a cobertura da mídia de espetacularização deste caso, assim como fez no chamado “mensalão”, tem sido no sentido de criminalizar o PT e abonar o PSDB. As nove empreiteiras que estão sendo investigadas são financiadoras históricas de campanhas eleitorais, principalmente, dos candidatos tucanos e do DEM.
Enquanto isso, escândalos da gestão tucana, como a construção do Gasbol e a troca de ativos com a Repsol seguem incólumes. A FUP e seus sindicatos denunciaram e entraram com ações para barrar a entrega de 30% dos ativos da Refap à petrolífera espanhola, comandada por FHC. Na negociata, a Petrobrás entregou um patrimônio de US$ 3 bilhões e recebeu em troca bens avaliados em apenas US$ 750 milhões. Passados 14 anos, o processo segue parado no STJ.
Em 1996 (governo do PSDB), até o jornalista Paulo Francis denunciou um esquema bilionário de corrupção envolvendo diretores da Petrobrás, mas o então presidente da empresa, Joel Rennó, em vez de tomar alguma providência, abriu um processo de US$ 100 milhões contra o jornalista, que morreu alguns meses depois.

Fantasiado de Chapolin, fã é expulso de velório privado de Roberto Bolaños

Fantasiado de Chapolin, fã foi expulso ao tentar participar de funeral privado do artista Roberto Gómez Bolaños (Foto: Marco Ugarte/AP)Fantasiado de Chapolin, um fã do artista Roberto Gómez Bolaños foi expulso no sábado da sede da Televisa, na Cidade do México, ao tentar participar do funeral privado de Bolaños, que ficou famoso por ter criado e interpretado os personagens Chaves e Chapolin.

Identificado como Lidio Istrieya, o fã foi impedido de entrar na sede da Televisa, onde ocorreu a cerimônia privada com a presença de familiares, amigos e personalidades. Neste domingo, haverá um velório aberto ao público no estádio Azteca, também na capital.

Bolaños morreu na sexta-feira, aos 85 anos, em sua casa no balneário de Cancún, onde se refugiou os últimos anos para diminuir os efeitos de uma insuficiência respiratória e de outras doenças.
linha bolanos (Foto: linha bolanos)
O ator estava aposentado há dez anos, mas isso não impediu que se adaptasse aos meios de comunicação mais modernos e se tornou um grande fã das redes sociais, tornando-se o mexicano com mais seguidores no Twitter - mais de 6,6 milhões.
Após sua morte, a televisão mexicana emitiu mensagens de luto com um "Obrigado para sempre, Chespirito (seu apelido no México)", como despedida a um comediante que engrandeceu sua história com os personagens da vila do Chaves e as aventuras do heroico Chapolin Colorado.
Após a notícia de sua morte, muitos fãs, tanto mexicanos quanto estrangeiros, se aglomeraram em frente à casa do comediante, famoso por frases como "foi sem querer querendo" e "palma, palma, não criemos pânico".
"Era autêntico, engraçado", disse - com o rosto coberto de lágrimas - Sonia, uma turista chilena que chegou até a casa, localizada na região hoteleira de Cancún, após saber da morte do artista.
Sonia contou aos jornalistas que assistia às séries de Bolaños desde os 9 anos e lembrou a sala de aula do Professor Girafales, a vila do Chaves e o barril onde o personagem morava.
O menino pobre do barril, que usava boné com tapa orelhas, foi lembrado por muitas personalidades mexicanas, desde o presidente do país, Enrique Peña Nieto, até seus companheiros de viagem na vila, Édgar Vivar (Senhor Barriga), María Antonieta de las Nieves (Chiquinha) e Rubén Aguirre (Professor Girafales).
"Roberto, não se vá, você permanece em meu coração e nos corações de todos aqueles a quem você levou alegria. Adeus ''Chavinho', até sempre", disse Vivar.
Aguirre, por sua vez, disse estar 'estarrecido' pela morte de quem qualificou como o melhor escritor de comédia da televisão mexicana, enquanto María Antonieta agradeceu Bolaños "por ter feito tanta gente feliz e pelos maravilhosos momentos que compartilhamos no grupo".
Bolaños nasceu em 21 de fevereiro de 1929 na Cidade do México. Era filho de Elsa Bolaños-Cacho, secretária, e Francisco Gómez, pintor, desenhista e cartunista em jornais. Ele estudou engenharia, mas nunca seguiu a carreira.
Começou a trabalhar em uma agência de publicidade aos 22 anos e, muitos outros mais tarde, começou no cargo de roteirista escrevendo para programas de rádio e televisão, além de filmes para o cinema.
O apelido "Chespirito", um diminutivo espanholizado do sobrenome do dramaturgo inglês Shakespeare, foi dado pelo diretor de cinema Agustín Delgado por sua inesgotável imaginação e sua baixa estatura, de pouco mais de 1m60.
Em 1968, conseguiu seu primeiro espaço próprio na TV, de meia hora aos sábados à tarde, onde nasceram suas primeiras séries: "Los Supergenios de la Mesa Cuadrada" e "El Ciudadano Gómez".
Para o ano de 1970, seu espaço se duplicou com a série "Chespirito", de esquetes de humor. Foi ali que nasceram personagens como Chapolin Colorado e Chaves.
Tanto o personagem do super-heroi como o do menino peralta tiveram tanto sucesso que passaram a protagonizar suas próprias séries. Em 1973, os dois programas já eram exibidos em quase toda a América Latina.
Entre os personagens que criou se destacam o Seu Madruga, a Bruxa do 71, a Chiquinha, Quico, Jaiminho "o Carteiro", o Professor Girafales, o Botijão, assim como a Dona Florinda e Chimoltrúfia, ambas interpretadas por sua esposa, Florinda Meza.
Na sexta-feira, a centenas de quilômetros de Cancún, uma vizinha da casa que Bolaños tinha na Cidade do México foi a primeira a se aproximar do local para expressar seu pesar.
"Sinto como se um familiar tivesse morrido e isso não aconteceu comigo com nenhum outro artista", afirmou à Efe a senhora, que preferiu não se identificar e deixou uma mensagem junto a um ramo de crisântemos brancos com os dizeres: "se cada flor significasse um sorriso que o senhor nos presenteou, todas as flores do mundo não seriam suficientes".

Menina de 4 anos ajuda mãe cega a caminhar pelas ruas de Teresina

Mãe e filha andam sempre de mãos dadas durante a caminhada pelas ruas de Teresina (Foto: Juliana Barros/G1)
Cega desde os três anos de idade, Alexandra Kátia, de 29 anos, conta com a ajuda da filha Alice, de 4 anos, para conseguir enfrentar uma maratona de obstáculos ao caminhar pelas ruas do Centro de Teresina. Segundo Alexandra, é um verdadeiro desafio andar pelas calçadas, pois buracos, postes, calçadas e orelhões são alguns dos problemas que ela precisa enfrentar ao se locomover pela cidade. Mas com a ajuda de Alice fica mais fácil resolver os problemas.

A mãe conta que desde os três anos a filha tem lhe ajudado a caminhar pela cidade e isso facilitou a sua vida, uma vez que não precisa mais sair com a bengala, o que passou a ser um pouco mais complicado há alguns meses após o nascimento do seu filho Alison, hoje com 2 meses. “Como hoje tenho dois filhos e preciso resolver os problemas na rua, a ajuda de Alice é muito importante, pois levo o bebê no baço e seguro a mão dela com a outra mão e não preciso levar a bengala. Dessa forma, consigo não mais cair tropeçando em calçamentos ou buracos”, explicou.


Kátia diz que ajuda da filha é importante, mas mantém o controle durante travessias (Foto: Juliana Barros/G1)Ao ser questionada como ajuda a sua mãe, a pequena Alice falou que não faz muita coisa apenas diz para “ela ir para lá ou para cá” quando se depara com algum obstáculo. “Eu guio a minha mãe, puxo a mão dela e digo: mãe vem pra cá, tem um poste na frente. Ajudo também quando é para descer ou subir nas calçadas”. A criança conta ainda como aprendeu a ajudar a mãe. “Ela me disse como era pra fazer uma vez e eu fiz, agora guio ela por todos os lugares e ajudo ela a limpar a boca quando ela come e se suja”, disse a menina.

Segundo Alexandra, a filha é quem está no controle quando é para guiá-la pelas calçadas, mas quando tem que atravessar a rua o controle volta a ser dela. “Ela é muito esperta e ligada em tudo ao seu redor, por isso quando é para atravessar a sua eu tomo o controle, pois tenho medo que ela se desconcentre e aconteça algo de ruim, faço isso para não colocar a minha filha em risco. Então quando é para atravessar ela me avisa, eu estendo a mão para os motoristas avisando que quero atravessar e quando percebo que é seguro eu atravesso”, contou.

Mãe diz que a filha é muito esperta e sabe conduzí-la direitinho (Foto: Juliana Barros/G1)

Alexandra explica também que conta com a ajuda de outras pessoas para se deslocar pela cidade e que algumas vezes alguns não entendem a sua deficiência e só a julgam como incapaz. “Os motoristas e cobradores me ajudam bastante quando é para pegar ou descer do ônibus e como já diz o ditado: Quem tem boca vai à Roma. E dessa forma ou vou para todo canto, rodo essa cidade inteira, mas às vezes eu encontro pessoas grossas que pegam no braço da gente de qualquer jeito para atravessar a rua ou pra fazer qualquer outra atividade. O que elas não entendem é que eu não quero que faça tudo por mim, eu quero apenas que me oriente como fazer. Eu tenho uma dificuldade a mais que algumas pessoas, mas eu não sou incapaz”.

Em casa, Alexandra conta que a única coisa que quer que a filha faça é estudar para que tenha uma vida melhor. “Eu moro com meus dois filhos e um irmão, que não tem como me ajudar muito, pois passa o dia no trabalho, mas sempre que tem um tempo ele me ajuda limpando a casa. Levo uma vida com um pouco mais de trabalho, mas nada que eu não dê conta. Dedico a maior parte do meu tempo para cuidar das crianças e quando tenho um tempo livre aproveito para limpar a casa e colocar as coisas em ordem, mas a minha prioridade são eles. Quero que estudem e se tornem pessoas de bem”, falou.

Segundo boletim, hemodiálise foi interrompida e Pelé segue evoluindo

Pelé entrevista (Foto: AP)De acordo com boletim médico divulgado na manhã deste domingo pelo Hospital Israelita Albert Einstein, o tratamento de suporte renal (hemodiálise) que vinha sendo realizado em Pelé já foi suspenso até segunda, quando a necessidade do mesmo será reavaliada.
A intenção é saber se o rim do ex-atleta conseguirá funcionar normalmente, sem nenhuma ajuda, o que seria um grande passo da recuperação. Caso isso aconteça, ele deve deixar a unidade de terapia intensiva.
Ainda segundo o comunicado, o Rei do Futebol segue evoluindo, apresentando boas condições clínicas. A situação também é estável do ponto de vista hemodinâmico e respiratório.

A assessoria do Albert Einstein relatou que o Rei tem recebido mensagens do mundo inteiro por meio do e-mail do hospital. Aos poucos elas são passadas para ele, que está lúcido - até já pediu um violão para tocar - e agradece o carinho vindo de todas as partes.
Na manhã deste sábado, o hospital havia informado que o ex-jogador já conversava normalmente e que a bactéria estava controlada, afastando a possibilidade de infecção generalizada. Mais tarde, houve a confirmação que a hemodiálise seria interrompida neste domingo. À noite, Edinho, filho do Rei, deu boas notícias sobre o pai.
No final da noite de quinta-feira, o quadro de Pelé era considerado delicado, já que ele não estava reagindo bem ao antibiótico para conter infecção no sangue. Havia enorme preocupação de uma infecção generalizada por conta disso.
Aos 74 anos, Edson Arantes do Nascimento passou por uma intervenção cirúrgica para retirada de cálculos renais recentemente. No entanto, ele voltou a passar mal na última segunda-feira, por conta de uma infecção urinária, e teve de ser internado novamente no Hospital Albert Einstein. Na quinta-feira, porém, ele piorou e foi transferido para unidade de terapia intensiva.
Confira a íntegra do novo boletim:
"O paciente Edson Arantes do Nascimento apresenta boa evolução clínica e permanece sob cuidados da unidade de terapia intensiva. Está lúcido e estável do ponto de vista hemodinâmico e respiratório. 
O tratamento de suporte renal foi suspenso até amanhã, quando sua necessidade será reavaliada."
Boletim Pelé manhã 30/11 (Foto: Divulgação)

Hoje sim! Rubinho é 3º, assegura título da Stock e quebra jejum de 23 anos

Rubens Barrichello campeão (Foto: Carsten Horst / Divulgação)
Foram 23 anos de espera desde o título da Fórmula 3 inglesa em 2001. Mas neste domingo, na decisão da Stock Car em Curitiba, Rubens Barrichello finalmente soltou da garganta o grito de “É campeão!”. E as quase duas décadas na Fórmula 1, que proporcionaram esse longo jejum, ajudaram Rubinho a ter experiência e calma para assegurar o título da principal categoria do automobilismo nacional.


A vitória na corrida ficou com um “intruso” Daniel Serra, que não tinha mais chances no campeonato. Maior ameaça ao título de Barrichello, Átila Abreu terminou a corrida em segundo e acabou com o vice-campeonato. Rubinho cruzou a linha de chegada em terceiro, garantiu um lugar no pódio e, mais do que isso, o título de 2014 da Stock Car, para delírio dos filhos Fernando e Eduardo, da esposa Silvana e da equipe Full Time. No pódio, não poderia faltar a tradicional sambadinha.
Eram oito concorrentes ao título: Barrichello, Átila Abreu, Thiago Camilo, Julio Campos, Antonio Pizzonia, Sergio Jimenez, Cacá Bueno e Allam Khodair – os três primeiros com mais chances. Líder do campeonato e largando da pole, Rubinho precisava de no máximo um quarto lugar para assegurar a taça.
Rubens Barrichello campeão (Foto: Carsten Horst / Divulgação)Rubinho escapa e cai para 4º; Camilo bate e sai da briga
O veterano de 42 anos largou bem, manteve a liderança, mas ainda no começo da corrida foi surpreendido por uma mancha de óleo na pista, escapou e caiu para quarto. Na parada dos boxes, ganhou uma posição e subiu para terceiro, posição que administrou até o fim para levar a taça.
Após a largada, Daniel Serra seguiu em segundo, enquanto Átila passou Camilo e Cacá e pulou para terceiro. Em uma largada muito tumultuada e com muitas batidas, dois concorrentes ao título, Sergio Jimenez e Julio Campos, acabaram se envolvendo em acidentes e se complicando. Assista ao vídeo ao lado da largada!
Ainda nas primeiras voltas, o líder Rubinho escorregou em uma mancha de óleo na pista e acabou escapando. Com isso, Serra, Átila e Khodair pularam para as primeiras colocações. Camilo perdeu o controle do carro no mesmo local e bateu em Ricardo Maurício. Com o carro muito danificado, acabou abandonando a prova e saindo da briga pelo título.
Na relargada, Serrinha manteve a ponta, seguido de perto de Átila, Khodair, Rubinho e Cacá. Os quatro primeiros fugiram rapidamente do restante do grid. “Intruso”, o piloto do carro 29 da RBR Mattheis começou a abrir vantagem na ponta.
Serra e Khodair foram para os boxes. Com isso, Átila assumiu a ponta, seguido de Rubinho – os dois que permaneciam fortes na briga pelo título. Barrichello entrou nos boxes na volta seguinte e retornou em quinto, ganhando a posição do companheiro de equipe Khodair. Enquanto isso, Átila retardava ao máximo o pit stop. O segundo colocado era Serra, seguido de Pizzonia, que também não havia parado nos boxes. 
Átila, enfim, fez seu pit stop a 12 minutos do fim e voltou à pista logo atrás de Daniel Serra, que reassumiu a liderança. Com a parada de Pizzonia, Rubinho subiu para terceiro, posição que lhe garantia o título.
Em quarto, Khodair servia de escudeiro de Barrichello, segurando a pressão de Cacá Bueno. O companheiro de Rubinho segurou o pentacampeão enquanto pôde, mas acabou sendo superado a 5 minutos do fim.
Serra seguia na frente com folga. Átila aparecia em segundo, acompanhado de perto por Rubens, que apenas administrava a terceira colocação. Barrichello mostrou calma, segurou o terceiro lugar aé o fim e ficou com a taça.

sábado, 29 de novembro de 2014

No Ceará, presos usam boneco para ocultar tentativa de fuga de presídio

Agentes encontraram boneco na cela onde presos tentavam fuga (Foto: Lindon Johson/Rádio Difusora)Agentes penitenciários frustraram uma tentativa de fuga em massa na cadeia pública de Tauá, no interior do Ceará, na madrugada desta sexta-feira (28). Os presos usavam um boneco de pano de pano improvisado para simular que estavam embaixo dos lençóis caso os agentes vistoriassem as celas durante a madrugada.

“Foi encontrado um buraco bastante grande na cela, que eles haviam concluir e fugir em massa durante a noite. Com as vistorias, conseguimos frustrar o plano de fuga em massa”, explica o agente penitenciário Carlos Martins. Na cela onde foi encontrado o buraco, há 15 presos que respondem por crimes de tráfico e homicídio.
Ainda de acordo com o agente, os detentos aproveitavam a realização do Festberro, um festival de shows que ocorre próximo ao presídio, para escavar sem chamar atenção dos servidores. “Com os shows fica um barulho insuportável, então eles conseguiam cavar sem a gente ouvir nada”, diz.
Na cela foram encontradas peças de metal de antigos ventiladores para fazer o buraco na parede. Na sexta-feira, os presos foram realocados para outras unidades enquanto era feito o reparo e retornaram neste sábado (29).

Cachorra salva menino de 2 anos de ataque de rottweilers em Pelotas, RS

Ursinha recebe tratamento em clínica veterinária de Pelotas (Foto: Reprodução/RBS TV)Uma criança de dois anos foi salva de um ataque de dois cães da raça rottweiler em Pelotas, na Região Sul do Rio Grande do Sul. A cachorra da família, uma vira-lata chamada “Ursinha”, se colocou entre o menino, que estava brincando no pátio da casa da família, e os cachorros que pularam da cerca do vizinho.

Ao proteger a criança, Ursinha foi atacada e teve muitos ferimentos. Ela foi encaminhada para uma clínica da cidade e deve passar por uma cirurgia. O tratamento foi oferecido de forma gratuita, já que a família não tinha condições de arcar com os custos.
O caso aconteceu na sexta-feira (21) da semana passada. O garoto escapou ileso do ataque. De acordo coma  família, Ursinha foi adotada quando era filhote e desde então sempre teve um estilo muito protetora.

Presidente do PT diz que envolvidos comprovadamente no caso da Petrobras serão expulsos

Presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse neste sábado que os políticos comprovadamente envolvidos nas denúncias de corrupção na Petrobras serão expulsos da legenda, de acordo com declarações publicadas no site do partido.
A Petrobras é alvo de investigações da Polícia Federal no âmbito da operação Lava Jato, que já resultou na prisão de ex-diretores da estatal acusados de participarem de um suposto esquema de desvio de recursos envolvendo políticos e empreiteiras.
"Concluídas as investigações, queremos que os corruptos comprovadamente provados possam ser punidos. Se houver alguém do PT implicado com provas, ele será expulso", afirmou Falcão no segundo dia de reuniões do Diretório Nacional do PT em Fortaleza.
O partido aprovou neste sábado um documento de combate à corrupção no qual se mostrou a favor da continuidade das investigações de denúncias de corrupção na petroleira "dentro dos marcos legais e sem partidarismo".
"Temos o compromisso histórico de combater implacavelmente a corrupção", disse Falcão no site do partido.
Deflagrada em março de 2014, a Lava Jato foi lançada inicialmente para investigar um esquema de lavagem de dinheiro em vários Estados, que seria comandado pelo doleiro Alberto Youssef.
Dias após a prisão de Youssef, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi preso por suspeita de destruir documentos.
Costa e Youssef firmaram acordos de delação premiada com a Justiça e os depoimentos dados por ambos levaram a uma nova fase da operação em que foram feitas novas prisões.
ABERTURA DE DIÁLOGO
Falcão disse ainda que a abertura do diálogo proposta pela presidente Dilma Rousseff após ser reeleita em outubro, foi concretizada em discurso da presidente no encerramento do primeiro dia de reuniões do Diretório Nacional na sexta-feira.
"A disposição de Dilma foi materializada de forma muito direta e correspondeu às expectativas que a direção do partido tinha sobre o comportamento dela em relação à sociedade e aos partidos", disse Falcão.
De acordo com o site do PT, Dilma afirmou na sexta-feira que é preciso ter união e governar com generosidade, olhando para todos os brasileiros, sejam eles eleitores do PT ou não, e que é preciso ter "responsabilidade" em relação aos partidos aliados.
"Eu fui eleita para continuar mudando o Brasil, defendi as nossas realizações. Não teria vencido se não fosse pelo apoio da militância, do PT, dos partidos aliados e dos movimentos sociais", disse Dilma.
A presidente voltou a rebater críticas feitas pela oposição durante a disputa eleitoral considerada a mais acirrada desde a redemocratização do país.
"Foi um processo de desinformação, de disputa e falsidade em relação ao Brasil", disparou.
Sobre o cenário econômico, Dilma disse não estar satisfeita com a atual situação da economia e disse ser preciso fazer um esforço "imenso" em relação à inflação.
"Os últimos dados mostram que a inflação vai fechar abaixo do teto máximo da meta esse ano, mas isso não significa que estamos contentes. O Brasil tem de inovar, melhorar a competitividade”, disse.
Na quinta-feira, Dilma anunciou os nomes que integrarão a nova equipe econômica no seu segundo mandato. Foram nomeados Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda e Nelson Barbosa para o Planejamento, além da manutenção de Alexandre Tombini na presidência do Banco Central.
A presidente disse ainda que é preciso ter compromisso com a reforma política e voltou a enfatizar a necessidade da participação da população no debate.
"Nada nesse combate à corrupção construído nos últimos anos será efetivo se não fizermos uma verdadeira reforma política. Eu pessoalmente só acredito em reforma política com participação popular", acrescentou.

Irmão de ministro teria usado empregada como 'laranja' no MT

O fazendeiro Odair Geller, irmão do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, é suspeito de ter usado a empregada doméstica, que trabalha na casa dele há mais de 10 anos, como 'laranja'.
Helena da Silva Meireles é proprietária do lote 94 no Assentamento Itanhangá, em município de mesmo nome, no Norte de Mato Grosso, mas trabalha na casa de Odair em Lucas do Rio Verde.
Odair é acusado de compor uma organização criminosa que se apropriou indevidamente de terras da União no valor de R$ 1 bilhão.
O possível uso de Helena como 'laranja' consta do despacho do juiz federal Fábio Fiorenza, que decretou a prisão preventiva dos investigados na Operação Terra Prometida da Polícia Federal, cuja primeira etapa foi desencadeada na última quinta-feira.
Em depoimento à Justiça, Odair disse “nem saber” que Helena tinha lote no assentamento. Outro irmão do ministro, Milton Geller, também acusado de envolvimento no esquema, admitiu que conhece a mulher “de longa data”, mas não acredita que ela seja 'laranja.
Além de Helena, a Polícia Federal investigou outros integrantes da família Geller que também teriam recebido lotes no assentamento Itanhangá, mas que não moram lá nem na cidade de mesmo nome, mas sim em Lucas do Rio Verde. É o caso da irmã da família Geller, Clarisse, além de uma sobrinha e um sobrinho, por exemplo. Ao todo a família teria se apossado, através de 'laranjas' de 15 áreas, cada uma delas no valor aproximado de R$ 1 milhão.
O servidor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Auro Custódio da Silva, certificou, em esclarecimentos à justiça, que Clarisse Geller não mora no Itanhangá. Custódio é o autor do relatório de vistoria no assentamento produzido no período de fevereiro a agosto de 2012 e finalizado em fevereiro de 2013.
No despacho do juiz Fiorenza, o magistrado diz que “a família Geller é muito poderosa, influente e rica. Os mais influentes são Neri (ministro), Odair e Milton Geller”.
Quanto ao ministro Neri Geller, a Polícia Federal emitiu nota pública reforçando que ele não é investigado. O ex-superintendente do Incra em Mato Grosso de 2003 a 2007, Leonel Wohlfart, em esclarecimentos à Justiça, disse que “Neri é um dos que manda na família”.
O advogado dos irmãos Odair e Milton Geller, Murilo Silva Freire, não dá para falar em “laranja” no caso da empregada doméstica Helena da Silva Meireles. Sobre a irmã do ministro, Clarisse, disse que ela "é uma professora aposentada e o marido dela é um tratorista”. Indagado por que ela não mora na área sobre a qual tem a posse, disse que cada pessoa explora a terra com as condições que tem, “na medida do possível”, e ela não tem condições financeiras de permanecer na terra.
Ao ser informado que o programa de assentamento não permite que o beneficiado viva longe do lote, Freire argumenta que "isso, ela (Clarisse) pode explicar pessoalmente". O advogado reforça que “a família Geller é de gente humilde, pessoas que se criaram na roça, produtores rurais e que um dos irmãos Geller é inclusive carvoeiro e muitos dos familiares dessa família se enquadram sim no perfil do programa de reforma agrária”.
Ainda neste sábado, o advogado vai protocolar na Justiça Federal um pedido de revogação da prisão preventiva expedida contra os irmãos Odair e Milton Geller, que estão presos no Centro de Custódia de Cuiabá. Ele vai alegar que não existem mais motivos para mantê-los detidos. “Eles foram investigados, presos, prestaram esclarecimento e agora podem responder ao processo em liberdade”.
A Operação Terra Prometida atingiu "homens fortes do agronegócio”, que, além dos crimes de estelionato, fraude, organização criminosa e associação para o crime, também devem responder por crime ambiental. Como explica a procuradora da República Ludimila Monteiro, ao se apossarem das áreas, eles não respeitaram a lei e desmataram mais do que o autorizado, chegando a 100% em alguns lotes.
Na avaliação da PF, Odair e Milton Geller integra o segundo escalão da organização criminosa, liderada por 13 fazendeiros do agronegócio e políticos da região.

EUA batem recorde em compra de armas de fogo na Black Friday

O FBI estima que as compras de armas de fogo na Black Friday nos Estados Unidos bateram recorde, já que a agência processou durante o dia de ontem quase três controles de antecedentes criminais por segundo, três vezes mais do que a média diária.
Até às 19h GMT (17h em Brasília) da sexta-feira, o FBI tinha feito mais de 94 mil verificações de antecedentes, com o que estima que o total do dia superou as mais de 144 mil da Black Friday de 2013, conforme explicou neste sábado ao canal CNN Stephen Fisher, porta-voz da agência.
A Black Friday dá início aos descontos da temporada de compras natalinas. Trata-se de um dos dias do ano "de mais trabalho" para o FBI quanto às transações vinculadas a armas de fogo, de acordo com Fisher.
Por lei, o FBI deve fazer a revisão dos antecedentes criminais de uma pessoa que queira adquirir uma arma em três dias úteis e, se tiver sinal verde, a finalização da compra depende unicamente da decisão do vendedor. No ano passado, o FBI recebeu 21 milhões de pedidos de verificação e rejeitou a solicitação de apenas 1,1%, segundo dados da própria agência.
Dois fatos em 2012 - o massacre em um cinema de Aurora (Colorado), com 12 pessoas mortas e 58 feridas, e o ocorrido na escola primária Sandy Hook de Newtown (Connecticut), onde 20 crianças e seis mulheres foram assassinadas - reabriram com força o debate sobre o controle e a posse de armas no país.
Por causa desses massacres, o presidente Barack Obama impulsionou medidas para reformar a legislação, mas o Congresso não aprovou sequer a que tinha mais consenso: uma melhora do sistema de verificação de antecedentes para impedir que as armas cheguem aos criminosos ou a pessoas com problemas mentais.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Anúncio de nova equipe repercute positivamente no mercado financeiro

O anúncio, na quinta-feira (27), da nova equipe econômica do governo teve uma repercussão muito positiva entre analistas e representantes do mercado financeiro. Eles elogiaram, principalmente, a promessa de empenho para ajustar as contas públicas. 
Já a oposição viu, no anúncio, uma contradição do governo Dilma. O argumento é que as medidas prometidas pela equipe nova são, basicamente, as mesmas que os candidatos adversários da presidente defenderam na campanha eleitoral.
Ministro indicado para a Fazenda, Joaquim Levy, ficou conhecido pela rigidez nos cortes de gastos quando atuou no setor público. Ele foi economista-chefe do Ministério do Planejamento no governo do presidente Fernando Henrique.
No governo do presidente Lula, secretário do Tesouro Nacional. Joaquim Levy fez doutorado nos Estados Unidos, na Universidade de Chicago, de linha de pensamento econômico mais ortodoxa. E antes de se juntar ao governo Dilma, chefiava a área de investimentos do Bradesco.
Nelson Barbosa também é conhecido no mercado pelo rigor com a aplicação eficiente dos recursos públicos. Sem malabarismos para fechar as contas.
A imprensa internacional elogiou a escolha da presidente Dilma Rousseff. A agência de notícias Reuters, destacou que a nova equipe vem para "reconstruir a confiança dos investidores depois de anos de crescimento fraco e políticas econômicas irregulares". O jornal londrino Financial Times disse que "investidores do mercado de capitais, até então hostis à presidente, saudaram a nomeação de Levy".
O economista Mansueto Almeida explica por que a escolha de uma equipe que promete austeridade foi bem recebida.
“Se o setor público economiza mais ele vai poder pagar mais a sua dívida, pagar menos juros, o que vai possibilitar redução de taxa de juros e um maior crescimento da economia, mais arrecadação para o governo, mais espaço para gastar com o social no futuro”, afirma Mansueto Almeida.
Até agora, a nova equipe econômica enfrentou críticas abertas dentro do PT e de movimentos sociais. Militantes chegaram a fazer um manifesto criticando os escolhidos. Cobraram coerência com o discurso da campanha eleitoral. Disseram que os indicados são uma solução conservadora. Dilma Rousseff sustentou durante a campanha que votar em Marina Silva e Aécio Neves era seguir uma cartilha econômica que levaria a cortes.
A fórmula apresentada pela nova equipe econômica para que o país volte a crescer se aproxima muito do modelo proposto pelos adversários da presidente durante a campanha eleitoral. O compromisso assumido por Joaquim Levy e Nelson Barbosa é cortar os gastos ao máximo, fazer um rigoroso ajuste fiscal, aumentar a poupança do país e rever a política industrial.
O senador Aécio Neves, que disputou a presidência pelo PSDB, diz que Dilma Rousseff faz exatamente o contrário do que pregou na campanha.
“Na verdade, o que eu vejo é uma grande contradição entre o discurso anunciado pela equipe econômica e a ação do seu próprio governo, porque no momento em que a equipe anuncia uma política fiscal mais transparente, a necessidade de ajustes, aqueles mesmos que ela negava durante a campanha eleitoral, o seu governo patrocina no Congresso Nacional uma enorme violência a lei de responsabilidade fiscal. A presidente Dilma deveria estar envergonhada de ter que se encontrar com a candidata Dilma nos corredores do Palácio do Planalto”, defende Aécio Neves.
A ex-senadora Marina Silva, que disputou a presidência pelo PSB, elogia os nomes e pede autonomia para a equipe trabalhar.
“A equipe que foi escolhida pela presidente indica que ela fez um recuo em relação a medidas que ela tanto criticou durante a campanha. O problema é que não bastam apenas novos nomes, é fundamental que se saiba se eles terão autonomia, sair do mundo colorido, do marketing eleitoral para ganhar a eleição, e enfrentar os problemas no mundo real, da inflação em descontrole, dos juros elevados e o risco de que o nosso país não recupere credibilidade para voltar a investir e crescer de forma sustentável”, diz Marina Silva.
A senadora Gleisi Hoffmann, que foi ministra-chefe da Casa Civil no governo Dilma, disse que Joaquim Levy e Nelson Barbosa são economistas competentes e não há nenhuma contradição nas escolhas feitas pela presidente.
“A presidenta nunca abriu mão de fazer ajustes. A presidenta sabe que a política de equilíbrio fiscal é fundamental para o desenvolvimento econômico e para políticas sociais. O que a presidenta é contra é uma política de arrocho, que compromete salário e renda. Isso ela deixou claro durante a campanha”, afirma Gleisi Hoffmann.