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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Dilma diz ser 'estranho' depoimento de ex-Petrobras ter sido divulgado

A candidata do PT, Dilma Rousseff, concede entrevista a jornalistas no Palácio da Alvorada (Foto: Filipe Matoso/G1)
A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, classificou nesta sexta-feira (10) de "muito estranho e muito estarrecedor" o fato de o teor dos depoimentos à Justiça Federal do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef terem sido divulgados para a imprensa durante o processo eleitoral.
Durante entrevista coletiva no Palácio da Alvorada, a presidenciável disse considerar "incorreto divulgar parcialmente" o conteúdo dos depoimentos em plena campanha. Dilma também destacou que foi ela quem demitiu Costa da estatal, em 2012, e disse fazer questão de que as denúncias apresentadas pelo ex-dirigente da Petrobras e pelo doleiro sejam investigadas com "rigor".
"Tive todo interesse em ter acesso a isso [depoimentos do processo da Lava Jato] para tomar as medidas cabíveis. Sei, por informação do Ministério Público Federal e do Supremo Tribunal Federal, que essas informações ainda estão sob sigilo. Então, eu acho muito estranho e muito estarrecedor que, no meio de uma campanha eleitoral, façam esse tipo de divulgação", disse Dilma durante entrevista coletiva no Palácio da Alvorada.
Nesta quinta (9), a Justiça Federal do Paranádivulgou áudios dos depoimentosprestados na véspera pelo ex-dirigente da estatal do petróleo e pelo doleiro. Réus no processo da Lava Jato, eles foram ouvidos separadamente pelo juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba.
Nos depoimentos, Paulo Roberto Costa e Youssef confirmaram que propinas pagas por empreiteiras abasteciam três partidos: PT, PMDB e PP. Acusados de integrar uma quadrilha que comandava um esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propinas, os dois foram presos em março pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF).

O juiz Sérgio Moro, relator de processos relativos à Operação Lava Jato, negou que tenha havido "vazamento" dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef à Justiça Federal do Paraná. Ele destacou que as falas de Costa e Yousseff se deram em ação penal que não está em segredo de Justiça e que, portanto, devem ser divulgada em prol da "transparência".


'Parte das provas'
Durante a entrevista, Dilma afirmou que "o país todo foi surpreendido" com a divulgação dos depoimentos de Costa e Youssef à Justiça Federal. Para a presidente, qualquer denúncia de corrupção deve ser acompanhada de provas. Segundo ela, a "impunidade começa quando faz a acusação e na hora da prova ela não se mantém."
"Estou defendendo que, quando se acusar as pessoas, é fundamental a prova estar bem feita, é fundamental que a Justiça cuide deste processo. O que me faz achar muito questionável é o fato de se apresentar parte da prova ou parte dos depoimentos", ressaltou Dilma.
"Considero incorreto divulgar parcialmente, no momento eleitoral, não acho isso correto. Sou a primeira a defender investigação rigorosa, profunda, de tudo o que disseram esses indivíduos", completou.
A candidata do PT defendeu a punição para o PT ou qualquer outro partido caso fiquem comprovadas as denúncias. "E doa a quem doer", afirmou.
"Você não condena uma instituição. No Brasil, se condena pessoas. Se alguém errou, tem que pagar. Em qualquer partido, não interessa o partido", disse Dilma.
A presidente ainda defendeu a postura de seu governo que, segundo ela, diferente de outros partidos, investiga todas as denúncias.
"Me mostra aonde está que eu mando investigar. Não varro para o tapete. Nunca varri", disse.

Reforma política
Na conversa com jornalistas, Dilma Rousseff voltou a falar sobre a reforma política. Para ela, sem esta reforma, "nós não conseguiremos combater a corrupção". Dilma disse considerar "essencial" a discussão sobre contribuições de empresas privadas para a campanha eleitoral.
Dilma encerrou a coletiva dizendo não saber se a divulgação dos depoimentos de Costa e Youssef à Justiça Federal pode afetar a campanha. "Eu não sei se é esse o interesse de alguns. Lutarei com unhas e dentes para que, o que não seja justo, não ocorra", concluiu.