segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Carioca que acompanhou Gaia Molinari em viagem deixa Fortaleza

Carioca Mirian França desembarcou neste sábado para o Rio de Janeiro (Foto: Reprodução/Facebook)A carioca Mirian França, que havia sido presa temporariamente pela morte da turista italiana Gaia Molinari, embarcou no início da manhã deste sábado (14) para o Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo vereador João Alfredo (PSOL), que acompanha o caso em Fortaeza.
Em foto divulgada no perfil "Liberdade para Mirian França - Justiça para Mirian - Justiça para Gaia'',  no Facebook, Mirian aparece ao lado de amigos. "Chegou. Enfim em casa!! Agradecemos todo o apoio e vamos comemorar essa nova fase", diz o post.
O voo saiu por voltas das 9h do Aeroporto Internacional Pinto Martins. “Foi um dia muito importante para Mirian. Uma conquista. Além da sua liberdade concedida, ela embarcou para o Rio de Janeiro, com sua mãe, que fez aniversário no último dia 10. Por isso uma semana especial”, disse Alfredo. A viagem foi possível porque uma professora da universitária que cedeu milhas para a carioca.
Liberada pela justiça
A carioca Mirian França foi liberada pela Justiça para deixar Fortaleza a partir do dia 13 de fevereiro. Segundo a defensora Pública Gina Moura, não havia "determinação judicial para a permanência de Mirian em Fortaleza, ela colaborou em tudo que foi solicitada”, que classificou o inquérito como "muito nebuloso".  A carioca é doutoranda no Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Gaia Molinari foi morta em 24 de dezembro, quando visitava a Praia de Jericoacoara em companhia da carioca. Mirian foi presa no dia 28 de dezembro de 2014, mas a prisão foi revogada pelo juiz da comarca de Jijoca de Jericoacoara em 13 de janeiro.
“Quero deixar bem claro, a Mirian foi vista durante o dia inteiro [24 de dezembro] dentro da pousada. Ela estava aguardando o retorno da Gaia para a pousada para jantar e em seguida voltar para Fortaleza”, disse a defensora. Ela afirmou ainda que a carioca só não foi vista em intervalos de tempo de 15 minutos, mas que compras foram registradas no cartão de crédito dela durante esses intervalos.
Gaia Molinari foi assassinada na Praia de Jericoacoara, no Ceará (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)
Assassinato
Gaia Molinari foi encontrada morta em Jericoacoara no dia 25 de dezembro do ano passado. Segundo o laudo da perícia, a italiana foi espancada, teve o rosto e pulsos cortados e morreu por estrangulamento. A prisão da carioca dias depois levantou uma campanha de movimentos que consideraram que a estudante foi presa por preconceito racista, além de abrir uma crise entre a polícia e a Defensoria Pública.
Segundo a polícia, a amiga de Gaia foi presa por se contradizer durante o depoimento. Segundo a polícia, elas teriam se conhecido em Fortaleza antes do Natal. Para a Defensoria Pública, no entanto, não houve contradições. “O que se especula são coisas da personalidade dela, por ser introspectiva, por decidir passar o Natal sozinha”, disse a defensora Gina Moura, afirmando ainda que está “tudo muito nebuloso” nas investigações.
Família e investigação
A defensora falou também sobre as declarações da mãe de Gaia Molinari, Valentina Carraro.
A mulher afirma ter estranhado quando a filha contou que a viagem a Jericoacoara ficaria por conta da carioca, pois Mirian e Gaia se conheciam há poucos dias.
A mãe da italiana também teria dito que a filha achava “esquisito” o comportamento da estudante, sempre isolada.
Gina Moura disse ter tido acesso às declarações de Valentina Carraro, cuja tradução foi feita pelo Consulado Italiano. A defensora explica que as despesas da viagem não foram pagas pela estudante, mas sim que ela dispunha de créditos em uma pousada. Em troca da hospedagem, Gaia deveria pagar refeições e a italiana também pagou pelo próprio transporte.
“A Gaia pediu para ficar por mais um dia. Inclusive há uma declaração do gerente do hostel onde ela trabalhava em Fortaleza que comprova isso, não só porque ela gostou do lugar, mas porque ela estava se sentindo mal”, conta a defensora, afirmando ainda não ter informações sobre outros suspeitos de cometer o crime. “Até onde eu tenho acesso [ao inquérito], não há algo concreto que possa levantar algum suspeito. Esse inquérito tem que ser exaustivo”, disse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário