quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Prefeitos da Grande São Paulo querem comitê de crise da água

O secretário de Saneamento e Recursos Hídricos de SP, Benedito Braga (esq.), e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (Foto: Fernando Zamora/Futura Press/Estadão Conteúdo)Prefeitos da região metropolitana de São Paulo solicitaram na manhã desta quarta-feira (28) ao secretário de Recursos Hídricos do estado, Benedito Braga, que seja criado um comitê para acompanhar a crise hídrica, um plano de contingência e um plano de comunicação. A reunião na Praça das Artes, no Centro, reuniu cerca de 30 prefeitos e assessores e foi articulada pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.
Ele afirmou que o clima na reunião foi de ansiedade diante da declaração do dia anterior de que a Sabesp estuda adotar um rodízio de 5 dias sem água por 2 com abastecimento, caso a situação se agrave. Haddad afirmou os prefeitos foram pegos de surpresa pelo anúncio. Benedito Braga afirmou que a empresa tem estudado todas as medidas possíveis para contornar a crise.
Veja ao fim da matéria qual é o horário de redução de água em bairros de SP
As reivindicações feitas ao estado são três: 1. a instalação de um comitê de crise; 2. um plano de contingência que preveja as medidas a serem adotadas segundo a quantidade de chuvas; 3.um plano de comunicação mais efetiva.
“Nós fizemos três reivindicações: a instalação imediata de um comitê de crise, reunindo presidente dos consórcios metropolitanos, o prefeito da capital e o governo do estado e que esse comitê tivesse reuniões periódicas de acompanhamento das precipitações. Para fazermos um acompanhamento fino das providências que estão sendo tomadas”, afirmou Haddad. 
"A segunda reivindicação foi a criação de um plano de contingência que seja rapidamente divulgado com os cenários que podem se modificar de acordo com as precipitações. A partir dele, ficaria estabelecido quais as providencias que precisam ser tomadas para evitar o colapso do abastecimento", disse o prefeito de São Paulo.
“Esse plano de contingência não diz respeito só ao abastecimento de água. Diz respeito à questão de segurança, à questão de saúde pública, que são temas que terão repercussão se o rodízio for implantado, sobretudo o rodízio dessa severidade", completou.
De acordo com Haddad, ele se comprometeu a dar uma resposta aos prefeitos em dez dias.
Racionamentos severos
Para o prefeito, alguns equipamentos públicos precisam de um cuidado especial no caso da implantação de racionamentos severos.
“Como é que você vai abastecer hospitais, postos de saúde, escolas. Os grandes equipamentos podem ter uma ligação direta com a adutora, que não tenha restrição de uso, mas as escolas são pulverizadas então você vai precisar de um plano de contingência diferenciado”.
A terceira reivindicação foi a divulgação de um “plano de comunicação mais efetiva” já que, segundo o prefeito da capital, parte da população ainda não se deu conta da gravidade da crise.
“A população vinha contando com um cenário que não se confirmou. O cenário de dois, três meses atrás divulgado pelas autoridades competentes é de que não faltaria água. Muita gente está desavisada sobre a severidade da crise”, observou Haddad.   
Medidas preparatórias
Haddad disse que, durante a reunião, o secretário de recursos hídricos explicou que a implantação de um rodízio rigoroso exige medidas preparatórias. “Mesmo que quisesse se fazer agora, os sistemas da Sabesp não está preparados para isso”.

O secretário ainda destacou que o projeto da Prefeitura de São Paulo de multar quem lava calçadas e carros com água tratada também foi partilhada com os outros prefeitos. “Hoje há a campanha [para uso racional da água], mas, efetivamente, se quiser multar aquela que está desperdiçando água você precisa dessa legislação [municipal]”, observou. Para Haddad, no entanto, a gravidade da crise exige atitudes mais concretas.
“É óbvio que a legislação de desperdício é importante, mas vamos situar isso dentro de uma escala. Na escala de gravidade do que estamos vivendo é uma medida simbólica, importante, mas que vai representar muito pouco da escala do problema. O problema é muito maior”, ressaltou.

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